Você provavelmente já se deparou com algum influenciador digital que parecia bom demais para ser verdade. Pele perfeita, opiniões afiadas, um feed impecável e disponibilidade 24h por dia para produzir conteúdo. Bem, talvez seja porque ele (ou ela) não seja exatamente humano.
A ascensão dos influenciadores criados por inteligência artificial está moldando uma nova era do marketing, do entretenimento e da relação entre marcas e público. Mais que uma tendência passageira, esses perfis criados por IA já movimentam milhões de seguidores, parcerias com grandes empresas e debates importantes sobre o futuro da influência digital.
Neste post, vamos apresentar quatro influenciadores de IA que você precisa conhecer – incluindo um que está revolucionando o jeito de resolver problemas com empresas. Mas antes, vale entender o que está por trás desse fenômeno.
Contéudo
O que é um influenciador feito por IA?
Um influenciador virtual é um personagem criado com o uso de tecnologias como modelagem 3D, aprendizado de máquina e linguagem natural. Diferente de avatares gerados para jogos ou filmes, esses personagens têm perfis reais nas redes sociais, interagem com seguidores e se posicionam como criadores de conteúdo.
A principal diferença está nos bastidores: em vez de uma pessoa real aparecendo na frente da câmera, temos equipes de marketing, design, dados e roteiristas por trás de cada publicação. Isso permite um controle total da narrativa, da imagem e do posicionamento do “influenciador”, com enorme potencial de escalabilidade.
Por que influenciadores IA estão bombando?
Alguns dos motivos:
- Imbatíveis na consistência: Estão sempre online, com imagem impecável.
- Multiplataforma: Podem aparecer ao mesmo tempo no TikTok, Instagram, YouTube e em campanhas com marcas globais.
- Alta personalização: Cada influenciador pode ser adaptado ao público, idioma, estilo e narrativa desejada.
- Zero cancelamento: Eles não falam o que não devem (em teoria).
Agora, vamos ao que interessa: os nomes por trás desse movimento.
1. Lil Miquela: a pioneira cool
Criada pela startup Brud, Lil Miquela é um dos exemplos mais emblemáticos de influenciador IA. Com mais de 2,5 milhões de seguidores no Instagram, ela se apresenta como uma jovem de 19 anos que curte moda, música e causas sociais.
Lil Miquela já fez campanhas para marcas como Prada, Calvin Klein e Samsung, além de lançar músicas no Spotify. Sua aparência mistura realismo com um toque levemente cartoon, o que a torna instantaneamente reconhecível.
Mais do que um rosto bonito, Miquela levanta questões sobre autenticidade, identidade e o papel da tecnologia na construção do “eu digital”.

2. Shudu: a primeira supermodelo digital
Criada pelo fotógrafo britânico Cameron-James Wilson, Shudu é considerada a primeira supermodelo digital do mundo. Com traços hiper-realistas e estética inspirada em modelos sul-africanas, ela viralizou nas redes sociais ao aparecer como se fosse uma pessoa real – antes mesmo de revelar sua origem virtual.
Shudu tem parcerias com marcas como Balmain, Fenty Beauty (de Rihanna) e diversas revistas de moda, mas sua imagem não pertence a nenhuma empresa específica. Isso permite que ela transite por diferentes campanhas e colabore com vários criadores e marcas.
Sua existência levanta debates sobre representação, apropriação cultural e os limites da estética digital na moda, tornando Shudu uma influenciadora IA relevante não só pelo visual, mas também pelas conversas que provoca.

3. Rê, o assistente que resolve problemas com empresas
O Rê é um influenciador IA diferente dos outros dessa lista. Ele não está aqui só para entreter ou vender produto. Criado pela startup Resolva AI, o Rê é um assistente inteligente que resolve problemas de consumidores com empresas.
Sabe quando você tem o chip cancelado, uma cobrança indevida ou um plano que não funciona? Em vez de passar horas no atendimento da operadora, o Rê liga para a empresa no seu lugar e tenta resolver de verdade. Tudo de forma automática, digital e gratuita.
No Instagram e TikTok, o Rê aparece com bom humor, frases irônicas e situações que todo brasileiro já viveu. Ele personifica a frustração de lidar com maus atendimentos, mas também traz solução na ponta dos dedos.
Com visual jovem, linguagem afiada e um modelo de IA treinado para lidar com empresas, o Rê é um dos exemplos mais criativos do uso de influenciadores virtuais com utilidade real.

4. Imma: a it girl japonesa feita de dados
Imma é uma influenciadora japonesa criada pela Aww Inc., uma empresa especializada em humanos virtuais. Ela tem cabelo rosa, estilo futurista e uma presença marcante em campanhas de moda e design.
Imma já apareceu em colaborações com marcas como IKEA, Porsche, Valentino e Dior. Seu diferencial é a combinação de aparência realista com uma identidade visual forte, que mistura o tradicional e o hi-tech.
Ela representa a fusão entre cultura pop, moda asiática e tecnologia de ponta, conquistando espaço em feiras internacionais e eventos de metaverso.

E o que esperar do futuro?
Os influenciadores de IA deixaram de ser uma curiosidade de nicho para se tornarem parte ativa do nosso dia a dia digital. Estão em campanhas de grandes marcas, em trends do TikTok, no carrossel do Instagram e até em entrevistas — tudo isso sem nunca terem pisado no mundo real.
A tendência é clara com relação aos influenciadores: esses personagens virtuais vão se multiplicar. Não só porque têm aparência impecável e estão sempre disponíveis, mas porque oferecem algo raro no mundo da influência — total controle. Para as marcas, isso significa campanhas sempre alinhadas, zero risco de exposição negativa e possibilidade de personalização infinita.
E o público? Mesmo sabendo que são feitos por IA, muita gente se envolve, interage e acompanha como se fossem reais. Porque no fim, o que importa é a história que eles contam, o estilo que representam, o tipo de conversa que geram.
Com isso, o futuro da influência caminha para ser cada vez mais híbrido: pessoas reais, personagens digitais, inteligências artificiais e colaborações entre todos esses formatos. Vai ser comum ver criadores de carne e osso interagindo com avatares virtuais, e marcas apostando em campanhas com elencos que misturam os dois.
No meio de todos esses influenciadores, o desafio — e a oportunidade — está em criar conexões genuínas. Porque mais do que saber se um influenciador é humano ou virtual, o que vai importar de verdade é se ele é relevante para quem está do outro lado da tela.